Precisamos partir quando o amor não é mais servido.

A gente aconteceu como um meteoro, aliás, nossa paixão foi assim, nossa amizade durou mais tempo. Talvez a paixão tenha o poder de destruir tudo, ou talvez a gente não soube lidar com ela da maneira certa, se é que isso existe.

Há algum tempo atrás planejávamos ler nossos livros na mesma cama, planejávamos viajar para Portugal ou pra Brasília, planejamos passar o natal juntos e eu estava juntando dinheiro para isso.

Aos poucos fomos ficando distantes, não sei exatamente quando foi que isso aconteceu, se foi em determinado dia ou se foi a junção deles, eu só sei que ficou tarde demais para voltar no tempo e mudar isso.

Hoje eu me dei conta que precisávamos conversar, confesso que adiei ao máximo, mas chega uma hora que a gente precisa encarar a realidade e sair da fantasia, mesmo que essa fantasia tenha existido em um passado tão próximo.

Você não é o vilão da história, já passei da idade de acreditar nisso ou usar isso para me sentir melhor, infelizmente nos perdemos, eu perdi você, hoje acho nunca tive na verdade. Quando você disse que estava confuso foi o bastante para eu pegar meus sentimentos e partir, na vida precisamos partir mesmo quando queremos ficar, precisamos partir levando o pouco que ainda nos resta e recomeçar.

A gente não vai pra Portugal, não vamos visitar minha madrinha, e eu não vou visitar seus pais, não vamos dividir os livros, os ideais e não vamos na formatura um do outro.

É com lágrimas muito pesadas que termino essa carta, carta essa que você nunca irá ler, mas que mostra que a paixão (talvez amor) não dura para sempre quando se há confusão, apenas quando há certezas.