Carta à meu "eu-do-passado"
Já escrevi muitos textos, na maioria das vezes textos tristes, pessimistas ou apenas reflexivos, alguns deles falavam muito sobre mim, por mais que eu negasse isso para todos, até para mim mesmo. Passei quase 1000 dias negando a existência de algo bonito, ou pelo menos a possibilidade de algo bonito acontecer para mim, estava mergulhado numa névoa pesada que me impossibilitava de enxergar dois palmos na minha frente.
Nesse meio tempo muita coisa aconteceu, pessoas vieram e já foram embora, eu aprendi muito com meus fracassos e meus poucos sucessos, me tornei pessimista, me afastei de muita coisa que me fazia mal e até do que me fazia bem, fugia de tudo o que era responsabilidade afetiva e nunca me doei para ninguém nesses momentos, até a amizade que eu sempre pude contar e que por tanto tempo me segurou, eu não tive mais acesso. Cheguei o mais próximo de estar no fundo do poço até hoje, me via só mas não queria estar com ninguém, nunca me permiti. Mas isso mudou.
Há um texto, que eu mesmo escrevi, chamado “Posso dizer que eu amei sem saber explicar o que é o amor?”, olha, eu vou te dizer uma coisa, meu eu-do-passado, você aguentou muita coisa, tomou dores que eram suas e ainda suportou algumas que nem eram, foi julgado, culpado e condenado, mas você não imagina o quanto vai ser feliz quando descobrir o que é o amor, vai querer sempre ficar do lado dela, mesmo com todas as adversidades, vai se sentir o homem mais feliz do mundo, seus beijos vão encaixar tão bem que você vai pensar onde essa pessoa estava, e como você nunca tinha a achado antes, ficar do lado dela vai parecer a coisa mais certa a se fazer. Você sofreu, chorou e se sentiu insuficiente, mas acredite, vai dar certo, ou melhor, já deu certo!