Alô, Izabella.

Acordei com suas palavras em minhas mãos. E elas me impressionaram. Tem leveza, candura, é meiga e carregada de paixão. Fiquei flutuando entre a beleza e a sinceridade.

Vi você desprender-se de você mesma e mudar seu sentimento para meu corpo. Você está ávida: fala direto e carrega, nesta trilha, um mundo de sinceridade. E essa turbulenta sinceridade, me impressionou.

Parecia que você tinha se desprendido de seu corpo de mulher e deixado o coração falar.

E falou. Gostei demais.

Primeiro porque, hoje em dia, é difícil achar pessoas assim: desprendidas e prontas para menear a arma e ir para alguma guerra particular.

Segundo, você falou sem ter medo. Mesmo não me conhecendo, não sabendo se sou novo ou velho, feio ou bonito, vivo ou morto. Abade de cristal ou noviço pecador.

Você se atirou com bordas de cetim, vestida de branco, na escuridão da noite. E fez da noite um dia só seu: deixou o sol brilhar por entre palavras tão doces, mostrando seu rosto alvo.

Izabella, gostei de tudo o que você escreveu. Pelo menos roço em você com palavras saídas de minha vida e torneada com um pouco de mágoa das coisas. Coisas tão sem importância e coisas imensas de grandeza que bordam seu coração magoado.

Por isso, lampejam, às vezes, versos tortos, caminhos sem chegada ou trilhas sedentas de sombra e paz.

Se o poema diz alguma coisa pra você, toma-o de beijos e considere que ele foi feito à sua moldura, à altura de seus lábios, ou na ânsia de sua vida.

Tudo de bom.
Beijos.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 30/06/2019
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