COM AMOR, LUCY
Sorrateira criatura me perseguia
Em sonhos enquanto eu dormia
Olhos vermelhos sondavam
Perfurando fundo minh'alma
Caninos afiados espetavam
Superficialmente a pele alva
Desmaiei nos seus braços
Recostada entre o seu peito
Arfava e rugia como monstro
Gemendo de prazer, satisfeito
Eu, Lucy, o beijei como a um amante
Consumida pelo fogo do seu amor
E pela efervescência que flui quente
Fazendo meu sangue se decompor
Mas viva agora quando morta
Do que antes quando iludida
Espero que o sangue escorra
Pelo corte, enquanto agoniza
A vítima indefesa atrás da porta
Antes que eu a arrebentasse
Tremia de medo e me dedicava
Seu mais primitivo desespero
Que sugo junto com seu sangue
Naquele jardim me possuiu a besta
Drácula, inimigo do gênero humano
Como dizem os que o querem matar
Discordando, o tenho como um amigo
Que nos devolve à ancestral natureza
Imortal da qual no início pertencíamos