Doce Nicky
Saudações, minha menina mulher.
Fiquei extasiado com o recebimento da sua carta, que para ser honesto, me pegou de surpresa.
Como disse uma de minhas garotas uma vez: “Dom, você é o tipo de cara errado que sabe dar o tiro certo”. Tiro certo, eu lá tenho minhas dúvidas, mas tiros em todos os lugares, como alguém muito ensandecida, sim, eu dou. E daria de novo. Daria para você, dentro de você.
Oh, quão gozado de alegria fiquei em ler seu carinho por mim. Não cheguei imaginar que um desses tiros tivesse surtido efeito. E agora fiquei assustado por saber que te faço sentir essas coisas gostosas, como saudades, nostalgia, tesão.
É recíproco o tesão, se é que te interessa saber.
Bom, sem enrolação, vamos as suas perguntas, afinal elas carecem de respostas, não é mesmo?
Eu andei sumido pelo fato de ter ficado um pouco infértil, digamos assim.
Meu gozo, meus tiros, estavam fracos demais, pobres, desmotivados.
Como bom teatro grego que é a minha vida, há momentos que a exaustão toma conta de mim.
Bloqueio da mente.
Em consequência: não animo vadiar, transar, me inspirar, brincar, nada.
Me vejo preso nessa masmorra que é a minha mente fadigada, indiferente.
E sobre me importar contigo, é sincero. Gentileza que gera gentileza, educação que inspira, pessoas que fazem a diferença no mundo, e não sou diferente disso tudo, e me importar com você faz parte da pessoa que sou.
Você sabe onde me achar, e como me achar.
Independente do meu sumiço, se quiser se rasgar ao meio perto de mim, ficarei lisonjeado de te remendar todinha, pedaço por pedaço, com muito carinho. Há momentos na vida que a gente precisa mesmo perder o controle e se desmontar. Vem! Eu te conserto.
Seu, Dom.