A DESPEDIDA

Ainda há pouco tinha pedaços teus

à solta nos meus lábios

quando neles deixaste o perfume

do ultimo beijo que me deste

E eu guardei-os

religiosamente

como quem guarda algo

de que precisa pra sobreviver

Guardei também o teu abraço a deitar no meu corpo num aconchego de amor

Como quem guarda religiosamente a chegada de algo para sobreviver.

Guardei a a tua voz dizendo que me ama. Sonoramente inebriante como uma melodia a embalar meu sonho mais secreto.

Como guardei o teu olhar a deitar sobre meus olhos uma caricia de permanente enlace de união e amor

Ainda guardo teu sorriso carinhoso ao ver-me atrapalhada a lavar pratos em tua casa.

Ainda guardo o silencio de nós dois a vermos filmes e sempre a dormimos naquele sofá que eu teimava em escorregar até teu ombro e cochilar

Ah!ainda guardo tantas coisas.

Guardo-as por medo de perder-se no tempo e nos esquecermos de nós

Guardo tudo para poder sobreviver a esta distância que me consome a todo instante

É uma constante em meus dias, lutar pela sobrevivência deste amor.

21 de agosto de 2018

Maria Tecina

Maria Tecina
Enviado por Maria Tecina em 10/03/2019
Código do texto: T6594574
Classificação de conteúdo: seguro