A carta asquerosa de Mengele sobre o Brasil

A carta asquerosa de Mengele sobre o Brasil reflete, pela verossimilhança, o que muitos pensam sobre nosso povo.

“Como vai, querida sobrinha:

Quem lhe escreve é seu tio, Mengele, o médico e oficial da SS, com muito orgulho e ideal. Deixei a Alemanha no fim dos anos 40, quando você tinha 3 anos, final da Guerra: perdemos a primeira batalha pela hegemonia ariana, mas a guerra não. Já fiz vários círculos nazistas por onde passei e muitos me admiram pelas contribuições que dei à Medicina, usando seres humanos inferiores em minhas pesquisas sobre fisiologia, ao invés de ratos.

Depois da chegada dos russos a Berlim eu nunca mais a vi, minha querida. Sua pele branca e seus olhos azuis ainda não saem da minha lembrança: uma autêntica alemã.

Estamos em 1970, já têm mais ou menos 30 anos que perdi contato com meus familiares alemães. Tenho saudades imensas da Alemanha, mas sei que ela está dividida: os russos ficaram com a metade e os americanos com a outra.

Meu sonho era uma Alemanha ariana, livre da raça inferior, de gays, de ciganos e africanos. Se o sonho de Hitler tivesse dado certo, estaríamos num novo patamar da História, muito mais felizes que hoje. Seria tudo em conformidade com a lei natural da evolução, conforme Darwin inspirou a nós e a nosso gênio: Goubineau. As raças mais inteligentes aniquilariam as demais. A eugenia era a ciência que daria ao mundo a beleza e a inteligência, corrigindo o rumo acidental do contato entre os mundos.

Aqui no Brasil, onde estou morando, as pessoas não são cultas; têm cabelos crespos e pele escura. Tem uma cultura grosseira, com danças toscas e músicas percussivas horríveis. Não são como nós, que damos valor a erudição, ao belo e ao clássico: que legamos ao mundo Wagner e Nietzsche, mas ficamos sem espaço territorial que cedemos aos inferiores sempre.

Aqui no Brasil há uma mistura de raças que degenerou o povo: pessoas pequenas e sem expressão; mas que, de forma desastrosa, possuem uma terra gigantesca sem merecer, como nós mereceríamos. Mas sei que se eu pisar na Alemanha, o Mossad me pega e me manda para forca. Disse que os judeus iam dominar o mundo. Hitler estava coberto de razão.

Você não tem ideia da minha solidão. Uso nomes falsos desde o tempo que morei em Buenos Aires, nos anos 50, onde encontrei um povo esteticamente mais bonito que o daqui. Depois fui acolhido em Assunção. Lá encontramos círculos de adoradores do nazismo. Pessoas cultas e brancas, coisa que eu não vejo aqui no Brasil. Quase o Mossad me captura em Buenos Aires. Iria passar pela humilhação de um tribunal judeu.

Desde já, saudades de você e de Munique.

Mengele

Bertioga, 10 de janeiro de 1970"

LUCIANO DI MEDHEYROS
Enviado por LUCIANO DI MEDHEYROS em 23/02/2019
Reeditado em 11/04/2020
Código do texto: T6582256
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