Meu amigo
Meu amigo, meu grande amigo.
Já faz algum tempo desde que partiu.
E pouco posso entender os seus motivos.
Sei que haviam divergências entre nós.
Sei que em algum momento lhe desapontei.
Mas saiba que não há um dia sequer,
Em que deixo de pensar em nossa amizade.
Não há um dia sequer,
Que eu não sinta falta de sua presença.
Digo-lhe com toda a sinceridade,
Que hoje sinto-me só.
Afirmo-lhe, sem temor ou vergonha,
Que queria partilhar os atuais momentos de minha vida contigo.
Queria contar-lhe o que há de novo,
E principalmente, ouvir de ti.
Você, meu amigo, foi um sujeito complicado.
Foi alguém cheio de incertezas,
As quais infelizmente não pude lhe ajudar a encontrar as respostas.
Foi, de fato, alguém que exigia certa paciência.
Mas ao mesmo tempo, um sujeito cheio de vida.
Que, apesar das adversidades, sempre carregava algo consigo.
Você meu amigo, ajudou-me a preencher o vazio que sinto.
Pois não tenho muito a oferecer, senão a minha pulsão morte.
Graças a ti, tive menos motivos para almejá-la.
E nos dias de hoje, memórias mistas invadem a minha cabeça.
Memórias cheias de saudade.
Saudade que me entristece.
Enclausurando-me em reminiscências.
Acinzentando tudo aquilo o que me rodeia.
Hoje minha escrita é triste.
E os projetos que iniciamos,
Talvez jamais venham a se concretizar.
Pois você me inspirava a ser melhor.
Inspirava-me a sublimar a minha dor.
Você, meu amigo.
Coloria o mundo ao seu redor.
Ainda que cheio de ironia.
Tornava-o mais engraçado.
Menos penoso.
E é por isso meu amigo,
Que espero que continue o fazendo.
Onde quer que você esteja agora.
Você me proporcionou grandes momentos.