Carta para Alfr

Há alguns dias tenho notado algumas coisas e sentido outras. Sabe?

De forma dotada de razão, ando meio sensível à dopamina... Que por consequências especiais e incríveis acaba gerando euforia entre outros neurotransmissores.

Te olhar não é mais uma simples ação como fora antes, te olhar é alimentar algo que venho sentindo cada vez mais forte em minha mente, poderia definir como um diálogo inconsciente entre o desejo e a paixão. Poderia até falar de coração, mas, minha essência é racional...

O coração em sua disritmia cardíaca é apenas resultado natural de um sentimento que nasce nas correntes do pensamento. Sei que pareço louca, mas, gosto de me apresentar nessa nudez que por ultrapassa algumas esferas da existência humana de um lado, enquanto no outro cada um cria sua própria imagem com as vestes da imaginação.

Afinal, como dizia Erasmo de Roterdão em seu livro Elogio a Loucura: “Ser louco é deixar-se ao sabor das paixões”.

Confesso que tudo começou com a sua respiração à minha direita na aula de Interpretação para cinema. Após algumas brincadeiras bobas e despretensiosas, notei que havia algo em você que tentava se comunicar comigo. O seu olhar nunca me pareceu tão desafiador, sua boca nunca me pareceu tão convidativa e o seu olhar foi a real confirmação do que meus sentidos almejavam naquela noite.

Dali em diante, ficou incontrolável a minha vontade de observá-lo, e claro, você percebeu...

Por um momento achei que pudesse ser apenas loucura, então, enviei uma mensagem só para descontrair. E minha razão solenemente cega

queria vê-lo sorrir, isso sim.

Um espírito aventureiro como o meu costuma expressar os sentimentos com pureza e sinceridade pois nesses momentos me percebo viva como uma planta que crava suas raízes nos ideais do amor e da verdade, independente dos encargos que a sociedade impõe sobre o que é querer algo/alguém nos tempos atuais.

11/09

Hoje seu corpo me fez cantar com a alma os segredos que minha boca encontrou em seus lábios...

Meus versos poéticos caíram ao lado do meu próprio corpo enquanto suas mãos tocavam mais que minha pele enquanto me beijava.

Sentir o pulsar de sua energia tão perto do meu mundo subjetivo foi como voar em um terreno totalmente desconhecido e ainda assim pousar em um lugar muito agradável.

Senti como se estivéssemos dividindo a mesma respiração, enquanto meu peito tentava acompanhar o ritmo daquele instante.

Nos despedimos, mas seu beijo continuou efervescente em minha boca, que se não fosse pelo ato de morder os lábios ao lembrar desses momentos com certeza estaria suplicando por mais...

CarolAmantino
Enviado por CarolAmantino em 08/10/2018
Reeditado em 23/01/2019
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