Carta de uma criança brasileira Relatos de uma vida perdida

Para todos que estão lendo informo que está carta é apenas ficção, mas qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência.

Meu nome? Bom pode me chamar de Vitóra. Mas se quiser me chame de Isabella. Ou também de Evelly, Arthur, Bernardo, Emilly ou pelo nome de qualquer criança que teve sua vida ceifada brutalmente e injustamente.

Talvez minha história esteja em um noticiário hoje te chocando. Ou eu seja muitas das que não foram contadas. Eu fui o sonho do meu pai e da minha mãe. Na verdade, algumas de mim foram… outras foram vítimas justamente de quem deveriam lhe dar abrigo e proteção.

Meu pecado? Eu só queria andar de patins. Passar um dia com meu pai e sua nova família. Sim, eu queria ter um canal no youtube muito famoso e quem sabe me tornar uma apresentadora. Ou apenas brincar no quintal de minha família durante o Ano Novo. Não sei o que fiz de errado. Eu fiz algo de errado??? Me diz, por favor, qual foi meu crime???

Meus sonhos foram enterrados por nada. Sim, eu tinha sonhos. Um dia iria crescer. Fazer faculdade. Ter uma profissão. Quem sabe ser um (a) cantor (a), um (a) médico (a), um (a) modelo, um (a) apresentador (a)… Se nada desse certo, eu poderia apenas trabalhar e ter uma vida digna. Mas nem isso eu tive direito. Não tive nem chance de tentar.

Sabe, eu sofri muito. Senti medo. Mas Deus não me abandonou. Esteve comigo neste momento terrível. E espero que possa dar fortaleza a todos que realmente me amou para que sigam em frente e tenham a certeza que agora estou bem. Me tornei um anjo. Um anjo do Senhor.

Não espero justiça da lei do homem. Essa nunca acontecerá. Talvez minha história depois de uns dias seja esquecida por todos e arquivada. Ou até descubram quem me tirou o privilégio de viver, mas a lei é falha, principalmente a Brasileira. Sei que a imprensa, a justiça e você… sim você mesmo que está lendo, simplesmente esquecem!!!

Deixo um pedido a todos: Não façam mal a outras crianças como eu, cheias de sonhos, alegres e que nasceram nesse mundo para ser amada. Não cometemos nenhum crime. E não merecemos pagar pelo dos outros.

Só quero dizer antes de ir ao meu algoz que te perdoo. Agora vou brincar. Fiquem todos com Deus e que um dia tenha paz na Terra para que todas as crianças possam ser feliz.

Ellen Celestrino
Enviado por Ellen Celestrino em 17/06/2018
Código do texto: T6366665
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