ANTEPENÚLTIMA CARTA
Ah! Esqueci (!)
Fiz a penúltima,
fiz a última, mas não disse tudo,
nem me despedi...
Dizer tudo? Nunca!
Nem eu, nem ninguém!
Esqueci que quase nada depende de mim.
Que no meu peito bate um coração, rebelde, insistente...
... assim como a gente!?...
Introspectivo, ensimesmado...
Ama ser amado!
Conhece todos os caminhos!
As trilhas, os ventos em redemoinhos...
A vida, as vindas, as idas...
Conhece tudo!
As veredas, as manobras, sabotagens,
os claros e evidentes esconderijos
para não se aperceberem!...
Conhece tudo,
mas não se conhece!
Não tem palavra, esse meu coração,
mas tem coração!
Falta-lhe coragem pra sofrer sozinho.
Pobre coração!
*** Ainda bem que encontrou espaço
para a antepenúltima carta!
Coração... terra que não se anda!?...
Grande ilusão!
Até pensei que assim fosse,
mas,
chega um momento que não dá,
então,
me aproprio de um dito:
explode coração!
Quisera retroceder de tempos em tempos,
desfazer os desentendimentos,
reencontrar aquele caminho,
chegar ao nosso ninho, e poder te esperar!
***** Quisera que por um momento,
Deus deixasse todo o firmamento
à nossa disposição...
... e que a chuva nos molhasse! *****
Que só a lua nos enxergasse,
e escondida atrás das nuvens,
com medo de se molhar,
ou,
por simples conivência
deixasse a sua presença
pra'quela hora derradeira
pra nos iluminar!
Quisera
ver o teu semblante,
eterno amante,
me imaginando diante desse poema,
travestido de 'antepenúltima carta'!
Quisera! Só quisera!!
Geneci Almeida
06/11/17