Cartas

Cartas,

Sempre cartas e mais cartas, nos mais diversos tons de sentimentos e pensamentos, endereçadas a ninguém, buscando uma resposta que nunca virá, ou pelo menos nunca chegou.

Aquela sensação incômoda que volta e volta sem explicar o seu motivo, sem dar vias para resolução, apenas incomoda e incomoda e vai absorvendo toda e qualquer vontade de vida que habite qualquer coisa que ousar existir.

Procura-se pela resposta, mas ela não vem.

Procura-se pelo motivo, mas ele não vem.

Procura-se um colo, um ombro pra chorar, quaisquer paleativos

Não tem, não tem, não têm.

E lá se fica, com cartas e cartas endereçadas a ninguém, buscando algo que nunca veio e talvez nunca virá, consumindo cada lácrima do meu organismo, sem dar caminho para parar ou partir.

Será que alguma hora isso acaba?

Uma hora isso se vai vai e nunca mais volta?

Não é feliz viver de insconstâncias

mais ainda infundamentadas

Dai-me doses de realidade e me afasta desse mundo de fantasia

Dai-me tranquilidade e conforto ao coração

Dai-me respostas para minhas perguntas sem sentido

Dai-me qualquer coisa

Qualquer coisa que me faça seguir em frente e atravessar isso de vez.

Ajuda-me senhor, pois não sei o que fazer, nem pra onde ir.

Não sei nada, nem qual o problema.

Mas incomoda, incomoda e dói e dói

E parece que tudo vai cair, mas não cai.

Parece que o socorro precisa ser pra ontem

Mas não há socorridos para se preocupar

E nas horas parece que tudo vai ser consumido pelo nada

Mas não há nada apesar de tudo.

Então nesta mais uma carta de nada endereçada a ninguém, sem nenhum assunto que concerna a qualquer coisa que possa ter algum sentido eu suplico

Socorro.