Mais uma carta...
Uma carta...
Ao amor que vai chegar...
“Eu me pergunto quantas pessoas, assim como eu, estão sonhando com um amor nesse exato momento.”
A esse já querido amor,
Há um bom tempo lhe espero. Uma grande parte de mim anseia por sua chegada.
O amor é aquele hóspede inesperado que chega bagunçando tudo, ocupando o nosso espaço, nos roubando o conformismo e nos envolve de tal forma, que quando nos damos conta, já é de casa e não queremos mais que se vá.
Para uns, ele é o primeiro e último amor, para outros ele será quantos forem necessários para se sentir feliz.
Continuo divagando...
Quantas pessoas, assim como eu, nesta noite de céu tão estrelado, estão esperando o seu último ou grande amor?
Quantas ainda estão esperando?
Quantas ainda não sufocaram esse sonho?
Nunca se viveu numa época de tanta incredulidade. Não acreditamos mais no amor, os “eu te amo” são vazios e saem como mantras de carência ou oportunismo. Difícil se manter esperançoso que a nossa avezinha, chamada amor, sobrevoará em nosso horizonte.
Quantos não estarão agora, em seus quartos, chorando, abraçando seus travesseiros, com medo de recomeçar? Ou se deve fazer isso.
Mas, sabe, eu estou tentando me manter firme. Às vezes, penso em fraquejar, no entanto, imagino que se eu desistir, abrirem mão da minha vida, da minha felicidade, de você (que eu ainda não conheço).
Eu ainda te espero, com o coração pulsando forte, com uma rosa entre os dedos, com a rebeldia que o amor proporciona.
Eu ainda te espero com a certeza de que vale a pena acreditar no amor.
Eu ainda te espero com a esperança de estar no caminho certo, pois tenho as pistas do seu sorriso.
Eu sei, meu doce, que essa carta talvez não seja a mais feliz ou poética que você espera receber.
Contudo, é a mais sincera, assim como meu sentimento.
Te esperar, cansa.
Te esperar, dói.
Te esperar, me consome e me faz querer fraquejar.
Entretanto, o teu olhar encontrando o meu, num silêncio mútuo e revelador, enche-me de esperança.
Toda essa dor será esquecida quando nos encontrarmos a primeira vez.
P.S.: Você se incomoda com o cheiro de café pela casa e com o barulho do lápis riscando o papel em algumas madrugadas?