Ainda sobre aquele beijo...
Então, o que era para ter sido um simples primeiro beijo, transformou-se na escolha de toda uma vida... nada mais houve que fizesse sentido longe daquele olhar, daquela voz... daqueles lábios. Nada nem ninguém significou tanto, quando naquela tarde dourada, deitou-se na relva o maior sonho de toda uma existência: o primeiro e único amor de toda uma vida.
Passado, presente e futuro compuseram um tempo único, eterno e sem retrocessos, mas incrivelmente revivido mil vezes a cada encontro, a cada palavra-chave desprendida em uma simples mensagem. A esperança alimentada dia após dia, mesmo tantas vezes vencida pela distância, estimulou uma espera inexistente, por saber-se chegada. Fez de cada volta uma continuidade sem preceitos ou regras. Mesmo reclamando a ausência física.
Ah, o amor... tantos registros inexplicáveis na memória, tantas pendências superadas, tantos quereres revelados... uma afinidade que dispensou apresentações, acontecida no íntimo de quem o aceitou. E hoje, quando tudo o que tenho são recordações , ainda agora sinto o gosto daquele beijo, quando fecho meus olhos e volto a sonhar...