Como seria uma carta dele...

Oi,

Não sei como te chamar.

Ou como devo começar essa carta.

Quem diria, aqui estou eu estou, escrevendo para ti, dá para acreditar?

Eu não sou bom com a escrita assim como você. Não sei me expressar em um papel (e nem pessoalmente, devo confessar), mas você já sabe disso.

Imagino sua cara de surpresa ao receber essas linhas que escrevo.

Eu estou surpreso por fazer isso (veja como você me modificou).

Eu olhos suas fotos e elas me transmitem uma força, uma segurança, uma personalidade forte. M pergunto se há alguma delicadeza aí dentro (eu sei que há).

Lembro de sua gargalhada estridente, que nos convida a rir juntos, sem nem saber o porquê. Não sei se alguém já te disse como fica linda sorrindo.

Ahm... desculpa. Sei que estou enrolando, dando voltas ao redor do mundo (você adora me dizer isso), porém, você sabe como eu fico quando estou perturbado.

Você sabe que o meu mundo é meio mudo. Sou tímido demais. Ando pela vida me encostando à espera de emoção. Quando o tédio era grande, eu tomava a minha vodka.

Só que eu conheci você.

E estava bastante sóbrio.

Contudo, eu não sou o cara certo, eu sei.

Nem para você, nem para ninguém. Por isso sou solitário.

Apesar da minha idade, eu não tenho a maturidade que eu deveria ter. Posso parecer responsável, inteligente, porém, eu ando perdido por aí, sou misterioso (você me disse isso).

Não leio tanto como você gostaria e não gosto das mesmas músicas que você.

Mas quando lembro que você existe, ou quando os meus pensamentos são direcionados a você, me pego sorrindo.

Lembro de você sorrindo (é difícil te ver triste ou chateada).

Eu deveria ter alguma ousadia para, ah, sei lá... te chamar para um café, te enviar uma mensagem ou conversar sobre banalidades. Te contar da minha vida, não apenas soltar alguns fragmentos, e perguntar sobre a sua.

Virar aquele amigo que conversa até de madrugada. E achar graça dos teus emojis ao reler as conversas durante o dia.

Eu poderia fazer tanta coisa e ser outras mais.

Mas a vida já me bateu muito e você já descobriu esse lado feio em mim. Acho que quebrou o encanto.

Estou reaprendendo a caminhar.

Estou começando do zero.

E, nesse recomeço, você me apareceu para bagunçar a minha vida.

Simpática para caramba, um pouco tímida no primeiro momento, fresca, sem medos, birreta, entregue.

E, com o seu jeito, me fez olhar para mim como nunca me vi. Me deu um significado e estou aprendendo aos pouquinhos a conviver com essa nova versão.

Talvez eu não seja o cara que saiba diferenciar um poema de uma soneto. Ou consiga acompanhar seu raciocínio rápido. Nem conheça as obras dos teus autores preferidos (são tantos, que eu levaria uma eternidade para decorar e conhecer todos).

Mas eu sei que a vida está me dando uma nova chance.

E quero dividi-la com você.

Belinda Oliver
Enviado por Belinda Oliver em 07/02/2016
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