Sim, sou conterrânea
Sim. Sou sua conterrânea. Moro nessa cidade linda, orlada de montanhas, de cascatas e de céus com estrelas especiais.
Sou nativa. Sou da gema. Sou mineira e por conseqüência, falo uai, uai! Sei da noite, dos bares, da alegria de estar. Das serestas, inúmeras, que invadem as praças, sejam de papas ou não. Das feiras de artesanatos, de teatros lotados, de trânsito que ultimamente anda um caos. Sou da terra do pão de queijo. Da cozinha do fogão a lenha. Do imenso quintal. Também já caminhei viaduto subindo Bahia, descendo Floresta. Conheço as marianas, os ouros-pretos, as históricas gerais. Já morei em meio às rosas, no puro minério e também no centro do sol. Já sorri luas, verti cachoeiras e brilhei estrelas. Nunca perdi um trem, só perco os trecos.
Sim, sou conterrânea. Também tenho um monte de parentes. Alegres, hospitaleiros, presentes. Sou mineira. Gosto disso. Da pronúncia arrastada, do ali que nunca chega e da casa sempre cheia. Amigos que sempre procuram, por um papo, por um tudo, nunca me deixando a sós.
Conterrâneo, volte um dia. Venha com as estações floridas. Traga na bagagem a poesia.
O café estará na mesa junto às iguarias. Venha rever a família, os amigos. Venha rever a cidade e apreciar as mineirices surgidas a todo o momento.
Conterrâneo, ser mineiro não é imposição, não é opção, não é segredo. Ser mineiro, é pura alma. Ser mineiro, é coração.
Até cá.