Azuis Profundos

Inquietação.

Águas antigas de um azul profundo que de tempos em tempos acenam.

Perguntas tão velhas quanto o mundo.

Dúvidas maiores ainda.

Não há contentamento nas fórmulas feitas.

Nem no seu deus construído em livros e templos.

Às vezes a lucidez atrapalha tanto que há até um flerte com a imbecilidade.

Quem sabe um descanso desta rede de coisas tolas.

Talvez o melhor fosse o esquecimento, um entorpecimento, a embriaguez diária que a tudo sorve e cega.

Um lampejo de silêncio e paz na mais perfeita e pura alienação...

Mas há espíritos e espíritos.

Alguns seguem vivendo e morrendo na mecânica da ignorância.

Outros querem mais, querem intensamente, querem para sempre.

Há tanta beleza e tanta desgraça na força que move tais almas...

Ora enxergam o mundo com toda a magnitude e divindade que encerra

Em outras, pairam sobre a terra amargando a mais profunda solidão.

Muitas vezes amam tão generosamente a tudo e a todos que sentem o corpo pequeno

Em outros tantos momentos não conseguem sequer falar sobre este amor.

Almas profundas, vidas de tribulação.

Busca constante... Eis o preço...

Mônada guerreira, quanta dor a acompanha?

A paga por tanta clareza nem sempre traz a tão esperada recompensa.

Na maioria das vezes, traz apenas uma terrível sensação de impotência.

Mesmo assim, sempre foi (e sempre será) a mais perfeita opção.

Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 27/08/2015
Código do texto: T5361239
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.