EXPLICANDO O POEMA QUE NÃO SE EXPLICOU.
Imaruí, SC, 08 de junho de 2007
Thayse.
Possível desagravo,
Hoje pela manhã depois que me pediste aquele abraço, eu passei a me sentir culpado.
Sim, culpado porque quis te fazer partícipe dos meus sonhos, entretanto, eu pequei semanticamente, deixando me resvalar por uma falta total de objetividade nas expressões usadas e, assim, acabei de escrever um poema para ti que na verdade não se explicou.
Mas, se perceberes e conseguires olhar e sentir o que está escondido nas letras, tu verás que ele é, de certa forma, claro e transparente e que, está querendo inferir ou insinuar, tratar-se de uma regressão da minha vida ao passado.
Penso que o leste simplesmente as letras e não o espírito das letras.
Eu entendo o espanto e a interpretação tua, porque às vezes, a gente por uma pobreza de linguagem e por certa precipitação eufórica e sentimental acaba escrevendo uma metáfora quase que Nostradâmica.
É verdade, ele ficou um tanto quanto tergiversante, criando uma semântica dúbia e plena de penumbras.
Mas, se o leres novamente com o espírito liberto e isento e, devidamente, longe de supostos impulsos emotivos e observado com certa conotação e não com a duvidosa denotação, verás que Jade (tu) foste o símbolo que se descortinou para que eu visse e me reportasse ao passado e lembrasse saudosamente de Sarah.
Por isso, eu disse que olhando para o meu passado naquele exato momento, via a minha juventude sendo esmagada por falsos amores mal vividos e jurados. (3 relacionamentos e amando Sarah)
Isto porque, eu nunca deixei de amar Sarah, mesmo agora, nesta minha vida crepuscular, inclusive, sabendo que jamais Sarah voltará.
Minha Linda Menina, eu não vou excluí-lo ou deletá-lo, mesmo porque, se observares de forma mais atenta e longe dos burburinhos humanos, ouvirás que ele esconde uma bela sinfonia de amor.
Mas se houve realmente um pecado semântico, isso é plenamente compreensível, pois a alma em sua dimensão própria não entende o léxico de qualquer idioma.
Destarte, a minha alma não é diferente das demais, é verdade que às vezes ela tem a mania de se expressar de forma torta, a tortuosidade a que me refiro não é uma questão de caráter, e aí, a minha forma de amar também passa a ser torta.
Minha querida amiguinha Thayse, tu foste para mim naquela noite (vestida de Jade) apenas o símbolo e, olhando para ti, me transportei silente e saudoso para os tempos em que conheci Sarah, a minha eterna e lânguida egípcia.
Naquela noite, eu vi o simbolizado (Sarah) através do símbolo (Thayse como Jade).
Jade e Sarah são orientais.
Não houve uma conotação diferente ou uma denotação acintosa, o que houve foi sim, a minha inexperiência semântica e uma empolgação totalmente anímica.
Eu quis dizer no poema que daquele momento em diante, tu ficaste impactada em meu inconsciente como o símbolo de Sarah.
Eu não tive a intenção de confundir o símbolo com a simbolizada.
Trabalhar a lavoura poética é difícil, nem sempre as palavras se explicam, elas, as palavras, às vezes tomam um rumo de forma graciosa, mas não se explicam devidamente, por isso sempre são falhas de objetividade.
Nem sempre conseguimos traduzir e exprimir o que a alma sente.
Excusez-moi!
Pardon!
Um baiser!