Constante II
Querido, Pierre
Nos últimos meses, venho analisando uma foto que guardo de nós dois. Estávamos sentados junto á uma fogueira, abraçados e nos protegendo do frio, envoltos em um cobertor que tinha seu perfume.
Sinto falta desse perfume.
Lembro que nessa noite o céu estava tão estrelado e a lua tão grande, que mesmo sem a fogueira, eu conseguiria ver, detalhadamente, as curvas que formam o seu rosto.
Seu sorriso era a curva mais clara e linda que eu poderia imaginar.
Após horas de conversa, interrompidas por beijos apaixonados, percebemos que até nossa respiração estava ficando em harmonia, assim como nossos batimentos cardíacos.
Tudo nos mostrava que somos feitos um pro outro.
Lembro que dormimos ali mesmo, com a luz da lua iluminando nossos corpos, eu apoiada no seu peito e você fazendo carinho nas minhas costas até eu pegar no sono.
Pela manhã você levantou mais cedo e fez nosso café, entregou-me uma xícara, desejando “Bom dia, meu bem”; Um bom dia tão caloroso que cheguei a sentir meu corpo flutuar pra perto do seu, cada vez mais, até sentir seus lábios quentes, encostarem nos meus.
Foi nesse dia que pude ter certeza quanto ao meu amor por ti, Pierre.
Eu sou incansavelmente, e irremediavelmente, apaixonada por você.
E serei até o fim dos meus dias e um pouco mais.
Volte logo, Pierre. A vida não é doce sem você.
Para sempre sua, Aurora.