A VIDA TEM DESSAS COISAS

Você nunca me viu com o mesmo olhar que sempre te vejo,

Nem mesmo em teus sonhos, tu podes imaginar...

O quanto te venero, amo, desejo.

Sei que não faço parte do mundo em que você vive,

Vejo-te apenas ao acaso, quando de sorte,

Vejo-te distante das baladas, onde nunca estive.

Sei das suas desventuras que um dia alguém sem saber veio me contar,

Inda assim nada muda, vivo no desejo doutros encontros ao acaso,

Como outros em que a gente se esbarra e você seguiu sem sequer me notar.

Muitas vezes vi suas lágrimas na evidencia da dor que no peito guardava,

Que de certo seria a sua tormenta, muito embora contrária,

Mas não maior que a minha ao não poder chegar-te a lhe falar o quanto a amava.

Passa o tempo e eu ainda aqui, sempre à espera de te ver passar,

No desejo de uma chance...

Deixar minhas palavras ao seu alcance, ao menos balbuciar...

Ou rasgar a minha garganta que fosse, mas aquela maldita frase que não sai...

Para que eu possa te fazer saber o quanto me importo contigo,

E ainda mais... Sabe o teu filho, aquele que tiveste sozinha?

Eu desejo um dia ainda poder ouvi-lo chamar-me de pai.

Gomes