Sábado.
Sinto muito se fui ríspida, foi preciso. Tive que te devolver todos os cortes e não foi nem a metade.
Ainda não disse tudo, faltou uma coisa muito importante que eu não consegui dizer. Você não conseguiu olhar nos meus olhos e eu não parei de te procurar nos seus.
Foi naquele abraço que senti o quanto estamos vazios, eu acariciei seu pescoço e senti o seu cheiro, fechei os olhos e as lágrimas caíram, você não se lembra, você não percebeu.
Mas te afastei porque senti algo bater. Você foi comigo e media todas as palavras, me deixou com essas lágrimas que molharam o meu travesseiro.
Este fim de tarde, esses dias neste sofá, este café frio e amargo, esta tv ligada que apenas me fazia companhia entre todas essas madrugadas que invadi.
E tantas coisas passaram aqui na minha cabeça e tantas lembranças passavam pela sala. Eu escolhia qual cena me fazia sentir pior. Talvez seja a de hoje a qual me vi completamente entregue.
Não conte a ninguém quem eu sou, só a você me mostrei de maneira mais pura. Sou deste jeito, sem tirar e nem pôr. Assim como preferi guardar de ti o melhor.