SEGUNDA CARTA A UM POETA...
Caríssimo:
Se estiver gozando de boa saúde, sentindo as doçuras das boas amizades, sois mil vezes mais feliz que eu. Não tenho tido mais vontade de escrever, embora a escrita seja todo o consolo de minha vida. Há outros tormentos que me desviam a atenção, no momento.
Sois cruel quando diz que nunca mais nos veremos! "Nunca" é o discurso de um morto, e graças ao meu bom Deus, estais bem, e vivinho da silva! Nunca renunciarei á minha singela esperança - ver-te em carne e osso.
Adeus, meu bem amado. Mandarei-lhe notícias frescas. Ninguém têm por vós maior gosto, estima, apreço, amizade e desejo (muitos) que eu. Há quarenta anos que penso assim.
Com carinho,