Psicologizando o finalmente.

Negação, fuga, estreitamento do campo de possibilidades, angústia existencial, recalque, esquiva... Cada um na sua abordagem. Cada um interpretando de uma forma. Todos entendendo que o fim está próximo. Que fim? O fim do curso. Gostaria de poder falar por todos, mas não é possível, pois cada um teve sua própria experiência durante os cinco anos de curso. Lembram-se do primeiro semestre? Parecia que os nove seguintes demorariam uma eternidade. A formação do profissional idealizado parecia uma utopia. Não sei vocês, mas para mim foi bastante desafiador entender as aulas, as conversas das colegas mais “cultas”, as brincadeiras com assuntos da psicologia. O legal de tudo isso é que nessa loucura, tudo se encaixou perfeitamente. Os grupos se formaram, as amizades se fortaleceram, os vínculos foram estabelecidos… Falando em vínculo – ô palavrinha usada né? Não posso deixar passar a força que os cinco anos juntas, teve na formação dos nossos vínculos. Nos estressamos com a forma de pensar e agir uma das outras, mas aprendemos a compreender (ou interpretar – usem o termo que quiserem) os momentos de cada uma. Não posso e nem é viável destacar momentos assim, nesse texto. Estou aqui brigando com as palavras para tentar expressar o que sinto nesse final de semestre. Alívio, conforto e alegria por saber que as obrigações de relatórios, notas, estágios e supervisões chegaram ao “game over”. Tudo bem que eu ainda vou estudar mais um semestre, mas consigo sentir o alívio do fim do curso. Como uns relances, vivencio algumas experiências engraçadas que me fazem desejar a eternização. Após quase 1.825 dias juntas, estudando, psicologizando, rindo para não pirar… é impossível o discurso ficar livre dos termos e conceitos apreendidos, concordam? Bom, vamos resumir: foi ótimo aprender a cuidar e ajudar do próximo ao lado de cada uma que participou da minha formação. Só vocês, que estiveram juntos, sabem dos motivos que fizeram brotar lágrimas nos meus olhos e riso nos meus lábios. Os olhares, as conversas, os silêncios, as ausências e presenças foram recheadas de sentido e significado (me perdoem as psicanalistas e sistêmicas, mas acho que minha linha é feno mesmo... kkk). Tudo isso faz sentido para vocês? Para mim, faz muito e, por isso, não acaba aqui nossa amizade. Estamos apenas subindo mais um degrau. Juntas permaneceremos se priorizarmos as relações humanas.

Texto dedicado à vocês, amigas de sala, estágio e supervisões.

Cari Silva.

Nov/2013