Em cinzas
Ao pôr do sol, fecho os olhos em busca dos teus,
procurando uma paz que um diz existiu aqui,
nesse peito desfigurado.
E o abro ao anoitecer para sentires abrandá-lo,
como um desatar de uma dor.
Tento sonhar, mas nem se quer consigo dormir.
Vivo em pesadelos, por ter-te perdido, meu fruto
detido, levaram-te de mim.
Agora o plantam distante, sem que eu saiba
se poderás crescer ausente do meu regar pelas manhãs.
Mas irá amanhecer, para que eu possa queimar
e em cinzas, vagar sobre você;
Queimar, até que sintas a semente
renascer, para que eu possa sorrir,
mais uma vez.