Simplesmente aconteceu
 
Depois de passar o dia ouvindo histórias de amor - amores perdidos, rejeitados, amores que o tempo não apagou, amores que o tempo deu uma segunda chance - lá estava eu, numa madrugada fria, quase solitário. Quase, porque, como sempre, você também estava nas minhas lembranças. A solidão sempre me aproxima de você.
As letras das musicas que tocavam no rádio descreviam meus sentimentos, aumentando a saudade a cada canção. Mostrando, mais uma vez, o quanto é dificil viver sem você.
Sim, eu tenho momentos, tristezas e alegrias que gostaria muito de dividi-los com você.
As canções pareciam contar as mesmas histórias. A nossa história. Falavam do amor verdadeiro. Unico. Duas pessoas que se pertencem e que não podem viver longe uma da outra.
E na minha história havia um vazio, uma ausencia sentida. Você não podia me aquecer, me proteger do vento gelado que não me deixava esquecer da minha solidão. Que a sua ausencia era real.
Nada como o calor da certeza de que o amor existe e resiste às circunstâncias.
Na madrugada fria eu não estava só. Você estava comigo. Sim. Como em tantas vezes, eu sentia tão fortemente a tua presença a ponto de eu não saber o que era lembrança ou o que era pura imaginação. Dancei de rosto colado no seu, sonhando ao ritmo da canção.
Desliguei o rádio para não sofrer mais a saudade, para não ceder a vontade de te ver, de viver, nem que fosse por um minuto apenas, fora do amor abstrato que vivemos.
Queria apenas saber se faço parte das suas lembranças, das suas saudades. Se nas suas insonias, um sorriso bobo desponta nos seus lábios por causa de uma conversa reproduzida em flash-back na sua mente.
A força do nosso amor me fez escrever de novo, como há muito não acontecia. Nosso amor ainda está vivo. Eu ainda te amo. E nunca deixarei de te amar. Pois, tudo o que se torna passado sempre estará presente em nossas vidas. Nosso amor sempre será presente. Simplesmente é, porque simplesmente aconteceu.