Carta de suicídio
Nos últimos meses, estive pensando muito seriamente em acabar com a minha vida.
Afinal, acho que já vivi tudo de bom que essa vida poderia me oferecer.
Já fui um baixista mais ou menos meia boca e me diverti muito tocando com grandes amigos.
Já joguei muito futebol, fui um goleiro razoável, mas não exatamente bom e joguei em times com grandes tranqueiras bons de bola.
Fiz muitos amigos, fizemos grandes bagunças, dentre festas, churrascos, sítios e bebedeiras sem motivo aparente, nas ruas e nas quermesses das igrejas.
Já namorei bastante, não o suficiente, mas bastante.
Escrevi musicas que nunca foram gravadas, escrevi poemas que nunca foram publicados e um livro que ninguém leu.
Mas, felizmente, em nossas vidas, surgem pessoas enviadas com um simples propósito de nos salvar.
E comigo, não foi diferente...
Em um dia qualquer em minha vida, eis que surge ela...
Uma mulher, que nem em meus mais delirantes sonhos, poderia encontra uma palavra para defini-la completamente.
O que é o amor?
A mulher da minha vida, em apenas uma palavra, conseguiu mudar meus sentimentos e salvar minha existência.
Em uma noite fria, estávamos na casa dela, sentados lado a lado em sua cama.
Eu segurei suas mãos suavemente, olhei em seus lindos olhos e perguntei:
Amor, você aceita ser minha esposa pelo resto de nossas vidas?
Com as mãos meio tremulas e um inesquecível e suave sorriso em seus lábios.
Após um torturante momento de silencio, olhou bem no fundo dos meus olhos e disse:
NÃO...
Esse “NÃO” livrou-me do casamento e me mantém vivo pelo resto da minha vida...
Obrigado amor, por me salvar...