Carta de suicídio

Nos últimos meses, estive pensando muito seriamente em acabar com a minha vida.

Afinal, acho que já vivi tudo de bom que essa vida poderia me oferecer.

Já fui um baixista mais ou menos meia boca e me diverti muito tocando com grandes amigos.

Já joguei muito futebol, fui um goleiro razoável, mas não exatamente bom e joguei em times com grandes tranqueiras bons de bola.

Fiz muitos amigos, fizemos grandes bagunças, dentre festas, churrascos, sítios e bebedeiras sem motivo aparente, nas ruas e nas quermesses das igrejas.

Já namorei bastante, não o suficiente, mas bastante.

Escrevi musicas que nunca foram gravadas, escrevi poemas que nunca foram publicados e um livro que ninguém leu.

Mas, felizmente, em nossas vidas, surgem pessoas enviadas com um simples propósito de nos salvar.

E comigo, não foi diferente...

Em um dia qualquer em minha vida, eis que surge ela...

Uma mulher, que nem em meus mais delirantes sonhos, poderia encontra uma palavra para defini-la completamente.

O que é o amor?

A mulher da minha vida, em apenas uma palavra, conseguiu mudar meus sentimentos e salvar minha existência.

Em uma noite fria, estávamos na casa dela, sentados lado a lado em sua cama.

Eu segurei suas mãos suavemente, olhei em seus lindos olhos e perguntei:

Amor, você aceita ser minha esposa pelo resto de nossas vidas?

Com as mãos meio tremulas e um inesquecível e suave sorriso em seus lábios.

Após um torturante momento de silencio, olhou bem no fundo dos meus olhos e disse:

NÃO...

Esse “NÃO” livrou-me do casamento e me mantém vivo pelo resto da minha vida...

Obrigado amor, por me salvar...

Eduardo Perez
Enviado por Eduardo Perez em 31/05/2013
Reeditado em 05/10/2013
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