Aos desiludidos que se encontraram
Não desejaria tanto assim a sensação de vazio se tivesse um corpo emprestado, o qual pudesse aquecer-me no frio da noite solitária. Seria menos doloroso essa conddição soturna de angústias, repleta de espectros do passado evocando a perda. Abraço o instante da inquietação, de minha enfermidade feito o mar: as ondas vão e retornam, assim meu espírito aflito se desprende do ressonar das rochas e vaga sem rumo. minha direção é inconstante feito a letargia que ri de minha amargura. Não faria um pacto com o silêncio se ao menos pudesse sentir novamente um toque verdadeiro de afeto. Não careço mais de linhas escritas que não se cumprem...
Ao contemplar a pálida lua indago: "nasci paenas para lhe admirar, de onde estiver, na companhia de um vento fresco ou de bancos de cimento?". Queria mesmo um abraço, um aceno simples com um sorriso demasiado sem confusão de tocar-me profundo. Teria um universo a nomear e não cansaria de ver a alma repousar... na extremidade ou não deparei-me com pedaços ilusórios, embora, os achasse peças fundamentais do êxito e da plenitude. Foram apenas desamores flertando com minha energia e disposição para o sentimento. Quando a emoção apodera-se de nossos sonhos torna-se perigosa, afinal, podemos perceber o quanto ela se esvai com a desilusão. Na fantasia de outrora, experimentei uma paixão lívida, entretanto, o contágio da vida nos preparou uma tempestade. Fiquei despedaçado...
Resigno o fardo o qual lança-me na provocação de um sofrimento. Setenciado ou não, confesso meus desatinos e frustrações às paredes e aos meus artistas musicais preferidos. Não quero um alento ou entorpecer desvairado na seqüelado meu tormento! Não ouso ficar à mercadoria, esquecida empoeirada na espera de uma lembrança tardia! Tento exprimir força, mas a feição de meu rosto é frágil... Logo, percebem minha doença, se compadecem e acham que podem aliviar meu desespero. Ninguém o pode, a não ser eu mesmo! Não quero mais paliativos, quero sim, alguém que sobreviva às adversidades do meu olhar e cuide bem de mim...
Não peço sobras, nem desejo mendigar atenção e afeto. Simplesmente, quero reencontrar-me e perceber que alguém ainda pode sentir um partícula de interesse por esta alma tempestuosa.