A um amigo que só vejo a alma
Nunca o vi de fato, é salutar que isso ajuda na minha imaginação quando ele diz que escreve, imagino-o em um café, sobre uma mesa, com meio cappuccino numa chícara própria, notebook ao lado, debruçado sobre um livro já surrado de crônicas e um lápis a mão que cospe palavras numa verocidade imensa!
Nada o interrompe, nem mesmo a sede, as palavras lutam para saírem mais rápidas e as idéias ferventes na cabeça, mais rápido até que o lápis perde a ponta. Imagino ele agoniado correndo por um apontador, enquanto o mesmo se esconde por debaixo de um papel antigo, luta para encontra-lo e lá esta.
Aponta rapidamente numa fome de escrever e continua mas ai a idéia já o tem fugido, ele olha ao redor, todas aquelas pessoas felizes, para por um tempo, reflete e eis que a idéia o retoma, mas uma vez o lápis cospe!
Então, ao fim, já suado e o cappuccino frio, ele relê o texto, olha ao notebook, pensa em retratar tudo organizadamente, ele é muito perfeccionista, palavras terão que ser apagadas, mudadas, pensadas. Não por agora, fecha o livro surrados de crônicas toma o cappuccino, paga a conta e saí.
Talvez seja por minha imaginação que resolvi escrever essa carta a ele e como o vejo, mas espero que valha de alguma coisa ao menos cómica, se é de fato uma carta eu não sei, métrica nunca foi meu forte mas a ti meu amigo, toda felicidade que nos é permitida
Abraço,
Yan Ferreira de Alencar - Remetente
Eddie Krdozo - Destinatário
Em algum lugar distante da imaginação não tão fértil que me é concedida.