PS: VOCÊ ENTENDEU ERRADO.

Moço, desculpe-me, mas o que posso fazer se minhas palavras te soaram como desculpas esfarrapadas de alguém que simplesmente está com medo de se entregar? Já passou pela sua cabeça que eu podia estar com medo de lhe ferir, ou em algum momento pensou que eu estivesse protegendo você e não a mim?

Moço, quem por medo de ferir alguém com um não direto ou para impor limites, e dizer em outras palavras que não está afim, já não fez de obstáculos pequenos montanhas intransponíveis como seu mecanismo de defesa?

Posso sim, ter me colocado como uma terra inabitável, dessas bem áridas e duras, para não dar chance de você, moço, aqui no meu coração querer fincar raiz. Você não entende mas, há de convir, que quem já viveu o que eu vivi, sabe o quanto dói deixar que cortem suas asas e com elas sua felicidade como unidade. Por outro lado, apesar de saber - e assumir - que foram palavras previamente ensaiadas e, que estavam aqui guardadas para o dia que alguém se aproximasse eu pudesse jorrar, por me conhecer bem, tenho certeza que, mesmo com todo seu afeto, você não me tocou. Desculpe-me, mas não tenho interesse.

Sinto dizer-lhe isso assim, desse jeito direto, sem nenhuma doçura ou cuidado. Contudo, não sinto-me culpada, já que bem sabemos que quem procura, na maioria das vezes, acha.

Tânia Bispo
Enviado por Tânia Bispo em 07/02/2013
Código do texto: T4127304
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