Carta Resposta a uma Invejosa
Você queimou os dois lados da vela: Do cérebro e a lingua!
Há alguma cera ainda no seu pavio? Como se os idiotas soubessem responder. Devolvo-lhe a ralé todas as caras que perdeu.
Adeus, caro amigo, eu abandono a sua amizade. Eu abandono a sua casa.
Deixe-me explicar. Desculpe-me você não pode compreender. Os filmes de horror que vivi com você, me preparou para as horas perdidas á procura de um pensamento claro. Depois de dormir em pesadelos e acordar em terror, cheguei finalmente a uma conclusão. Supostamente eu nada tenho a ver com o assunto, e como poderia ter? Se fui a última a saber? Ainda assim poderia saber, se não fosse tão ingênua? Quem então? Alguem que me conhecia muito bem.
Assim tenho uma conclusão: fixar em minha memoria como um trovão quando se desloca de um lado para outro. Eu não poderia suportar. Fiquei como gelatina. Me derreti nas suas histórias de covardia.
Esta claro que não quero descrever o terror que passei. Mas você pode sentir. E me explicar por que cada comentário seu me custou tanto? Agora compreendo como os animais de laboratório ficam acoados a cada choque que levam em seus labirintos.
E se você estivesse la, no meu lugar, sentiria o que eu senti?
Por outro lado, eu poderia ter acabado com a história logo no começo, assim não fiz. Mas deixei você, meu amigo na sua viagem aventurosa que o levasse. A idéia me envolveu num sentimento angustiante e implacável. Apesar de ser um sentimento cruel de vingança. Confesso.
Será que todos ficam apreensivos diante de um sentimento desses?
Tento não pensar nisso a noite, quando chego a conclusão de que não tenho resposta para o caso.
Foi degradante. E eu era capaz de defender o amigo. Sabia como cuidar de um machucado e guardá-lo só pra mim. Sempre tentei controlar a situação. Porem, sempre que a minha mente ficava clara o suficiente para entender o que estava acontecendo, o pânico me invadia.
Me senti como um cachorro pulguento abandonado pelo dono. Comecei a me evadir dos amigos.
Pra mim não tinha lógica. Nas falsas madrugadas nos divertimos e hoje não posso encara-lo de frente.
Hoje sinto como se a nossa amizade estivesse separada por seculos, e a corda do abismo foi dada a mim. Mas graças a minha fé conseguirei chegar ate a borda. Não tanto pra me acalmar e isolar o pavor que ainda sinto.
Agora so ficou porcarias. Como diz o latim: "Inter faeces et urinam nascimur" _ "Entre fezes e urina nascemos". Do que a vida é diferente?
Do que fica a vossa amizade?
Se eu observasse cada movimento seu, talvez conseguisse não tropeçar nem topar com os uivos da sua boca que tanto tentou me afastar pela singularidade dos seus pensamentos.
Até eu ja percebi que pensar nisso me faz escorregar no abismo que estava naquele momento.
Na verdade esse sofrimento me ajuda na minha concentração de escolher melhores amigos.