fluir
“…queria expor a totalidade do meu ser no teu corpo… deitar-me nele e descansar… esperar a manhã seguinte sem alterar a forma de sentir… vibrar apenas com o facto de me saber em ti pousado ao de leve, de mansinho, como se lá não estivesse… delirar com os teus movimentos e sentir o meu corpo mover-se ao som dos teus… olhar-te os seios e sorrir no teu peito… ver teu ventre quieto, dolente, ali à minha frente… tua sedosa pele em cheiros de jasmim ou de rosa pétala… deixar-me levar pelo teu sonho e pelo teu respirar… ondular… marear… vogar… fluir… ser e estar… e quando do sono o teu ser acordasse eu olhar teus olhos matinais e neles me afogar… suster a respiração e, num último acto, desfalecer nos teus braços…”