Carta ao além...


Hoje me debruço sob a mais intensa procela trazida pela saudade, Pois a muito não recebo uma brisa perfumada trazendo ao meu mundo a sensação do abraço amado, desejado nesta tarde finda sob a lírica de meus olhos. Meu eterno amor, eu escrevo versos sob papiros da ausência... Pontuando a falta de graça, sem o primor floral que se foi pra além da vida e já faz tanto tempo...Será que as flores que te ornaram o corpo eternizaram esse amor Divinal? Ponho-me a pensar com as íris crivadas nas nuvens, nebulosas que perpassam em meus pensamentos, ao tocar esta pétala murcha daquela ultima flor presenteada em vida, a guardo dentro de seu livro preferido junto as tantas cartas de amor. Retiro-a do fundo da gaveta, para ter a sensação que te toco e que você retribui, com sorriso que em vida lhe ornou os lábios, assim revolvo as cinzas na esperança de aquecer mais esta fria noite que se aproxima, e se isso faço é acreditando que as lágrimas que banham a solidão, cheguem a ti como rio translúcido correndo as margens do vivido alimentando esse amor que por mim jamais será esquecido! Recordas amor, dos versos que a ti muito recitei? Ainda posso ouvir o que dizias...Que as noites sombrias inspiravam a poesia! Embora hoje já não me digas, não quero crer que a morte cale o amor como putrefaz o corpo que adornou a vida. Já não escrevo bom dia no espelho, talvez temendo que me responda como antes, para que não pareça insanidade aos olhos de quem possa lê-lo. Para que outros não me digam que essas noites são próprias pra recordar, como se fosse fácil esquecer tudo que ouvia como a melodia solada de seus lábios doces e que anseio tanto escutar. Tudo que a mim escrevera meu bem amado, guardo pra de ti sempre lembrar! A flor murchou, as cartas amarelaram talvez por eu tanto manuseá-las, e querer delas as caricias e a ternura dum verso dado sem datas para marcá-los. E assim meu querido mantenho-as escondidas, dos que me cercam, e com as mãos obedientes teclo emoções só nossas, já que tu na eternidade já não pode escrevê-las como antes... Trago de volta o sorriso a meus lábios, mesmo quando choram as pupilas as lágrimas sentidas, envoltas nos rastos deixados pela saudade. Evoco aos anjos que cultuávamos e os encarrego de levar até você esta carta de amor, que perpetua o viver desta que por ti foi muito amada! Desejo que saiba que esses lábios que tantas vezes beijou seus olhos, até mesmo na hora da dolorida despedida, e essas mãos que muito o acariciaram, seguirão ornando e bordando tanto quanto preciso for, as partituras das musicas que tanto dançávamos,sob brocados de sentires e viveres , Momentos...Ora descritos sob o amor que avassala uma eterna saudade...
Sinta meu beijo como esse amor que ainda hoje arfa em meu peito. 
Sempre sua.

“A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
27/01/2007 

SPVA-NR: Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN
Cônsul POETADELMUNDO-RN

Leia outras:
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Leitura recomendada: " DIÁLOGO"
Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 05/03/2007
Reeditado em 05/03/2007
Código do texto: T402290