Poeta,
Vamos lá, coragem!
Estraçalha a poesia, subjuga as palavras aos golpes do teu cajado, mistura no liquidificador o sagrado e o pecado, o casal do Paraíso, a tentação da maçã sobre o Homem por influência da serpente. Cruza outras maçãs a outras serpentes e a tantas outras tentações, ao norte, ao sul, leste e oeste do teu corpo.
Viva a anarquia geral dos sentidos, libertos!
Na mente, mosaicos ou swarovskis. Precisão da imprecisão.
Desamarra-te, exorciza os fantasmas, arranca-lhes os lençóis e mortalhas, blasfema contra imposições terrenas e desígnios dos céus! Desconserta o que está organizado.
A ti todas as palavras.
A ti todas elas com o sentido que lhes deres. Tecidas ou torcidas.
Proclama quem és tu: és poeta e ponto final!
Quero aplaudir teu desmanche e restauração.
Beijos, sem bolores nem afrescos.
Kathleen
outras cartas e bilhetes:
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