Filos, meu quase amigo. Fui traída!
Filos, meu quase amigo,
Eis-me aqui novamente.
Desculpe-me por importuná-lo com minhas picuinhas e reclamações infundadas, mas se recorro a ti é porque o cabedal psicanalítico está esgotado.
Fui traída, Filos.
E tenho que falar assim, sem rodeios ou sem maquiagem para tornar menos grotesca a situação.
Fui traída. Novamente.
Não. Não se aflija. Não tome isto como um desabafo de quem está se retorcendo de autocomiseração. Conheço o caminho das pedras, meu quase amigo, portanto, só comento o episódio mais para registro que para compaixão ou para requerer ombro amigo. No seu caso, “quase amigo”.
Nas minhas reflexões etílicas, já flertei com os olhos negros deste bicho chamado traição.
Veja bem se é assertiva minha conclusão: só nos julgamos traídos se o disparador de tão malévolo ato for alguém que supostamente queremos bem. É isto ou o absinto também me enganou?
Pois bem. Então foi o que ocorreu.
Genitora imbuída da mais pura das intenções, mesmo que o inferno esteja repleto de bem-intencionados, traçou o perfil psicológico, sentimental, astrológico, emocional, mental, financeiro e intelectual das minhas decisões.
E o fez com segurança. E o fez com grande fala de quem entende o próprio sangue.
Olha que arapuca, meu quase amigo. Quem sou eu para concorrer com tamanha fala envolvida do mais puro amor, da mais imaculada das intenções?
E assim, traduzida pelos olhos carinhosos daquela que me desconhece tão bem, fui mais uma vez apresentada aos olhos de alguém que eu queria bem.
Resultado, Filos? Passei a ser criatura saltitante, compartilhando alegria para alguém que me via como o palhaço tosco que não agradava a ninguém.
Mas não se preocupe, isto não me abala. Como já escrevi antes, soa apenas como mais um ingrediente no bolo indigesto da natureza humana. A minha, a sua, a de quem não nos convém.
Me acha amarga, caro quase amigo?
Faça-me o favor!
Vi suas lágrimas de perda por uma vida vazia estes dias. Se quer ser juiz e fazer seu julgamento, seque antes esta água da hipocrisia.
No fim de tudo, isto ainda rende um livro.
Sem carinho
Sua nada amiga.
Eis-me aqui novamente.
Desculpe-me por importuná-lo com minhas picuinhas e reclamações infundadas, mas se recorro a ti é porque o cabedal psicanalítico está esgotado.
Fui traída, Filos.
E tenho que falar assim, sem rodeios ou sem maquiagem para tornar menos grotesca a situação.
Fui traída. Novamente.
Não. Não se aflija. Não tome isto como um desabafo de quem está se retorcendo de autocomiseração. Conheço o caminho das pedras, meu quase amigo, portanto, só comento o episódio mais para registro que para compaixão ou para requerer ombro amigo. No seu caso, “quase amigo”.
Nas minhas reflexões etílicas, já flertei com os olhos negros deste bicho chamado traição.
Veja bem se é assertiva minha conclusão: só nos julgamos traídos se o disparador de tão malévolo ato for alguém que supostamente queremos bem. É isto ou o absinto também me enganou?
Pois bem. Então foi o que ocorreu.
Genitora imbuída da mais pura das intenções, mesmo que o inferno esteja repleto de bem-intencionados, traçou o perfil psicológico, sentimental, astrológico, emocional, mental, financeiro e intelectual das minhas decisões.
E o fez com segurança. E o fez com grande fala de quem entende o próprio sangue.
Olha que arapuca, meu quase amigo. Quem sou eu para concorrer com tamanha fala envolvida do mais puro amor, da mais imaculada das intenções?
E assim, traduzida pelos olhos carinhosos daquela que me desconhece tão bem, fui mais uma vez apresentada aos olhos de alguém que eu queria bem.
Resultado, Filos? Passei a ser criatura saltitante, compartilhando alegria para alguém que me via como o palhaço tosco que não agradava a ninguém.
Mas não se preocupe, isto não me abala. Como já escrevi antes, soa apenas como mais um ingrediente no bolo indigesto da natureza humana. A minha, a sua, a de quem não nos convém.
Me acha amarga, caro quase amigo?
Faça-me o favor!
Vi suas lágrimas de perda por uma vida vazia estes dias. Se quer ser juiz e fazer seu julgamento, seque antes esta água da hipocrisia.
No fim de tudo, isto ainda rende um livro.
Sem carinho
Sua nada amiga.