Os Homens e as Ondas
Amo o mar , a procela em seu furor e a temeridade que me causa. Diviso minhas limitações na violência das ondas que varrem as encostas nuas como as almas consumidas por tolas paixões. Amo os homens e seus medos ocultos, suas verdades encobertas , seus anseios e desejos proibídos , suas cobiças desenfreadas e seus regressos ao seio de seu proprio meio, o silêncio que os consomem.
Amo as torrentes e as tempestades , as emoções humanas feito vulcões que se eclodem nos instântes de desespero e suas iras infundadas. Observo-os ,assustados meninos a temer a noite escura e os uníssonos sons de suas vergonhas e covardias infâmes e vís, suas vozes abafadas e mudas , cabedal de vidas inócuas e insensatas.
Amo as ondas e o mar, suas revoltas e calmarias , mornas águas que devoram sonhos e medos , arranca dos homens a alma temerosa e profana; faz-lhes sereias e seixos , encantadas formas.