Como um livro
Um livro muito raro, que poucas foram as mulheres que se dispuseram a ler.
Uma página por ano, tão difícil sua compreensão a nenhuma mulher sequer conseguiu ultrapassar a barreira da quinta página.
Talvez sua capa dura tenha sido o motivo real, pelo qual não puderam ler as entrelinhas e ir a fundo em seus labirintos de desejos oprimidos entre seus monstros ilusórios estampados em seus capítulos numerados sem nenhuma ordem.
Seu inicio é o pior, maçante e complexo, mas quem poderia dizer oque há em suas páginas não lidas?
Se a ausência do medo fosse maior e as emoções controladas a fim de seguir em frente, talvez as páginas seguintes mostrassem algo melhor, como luzes brilhantes, a estrada dos tijolos amarelos, ou a frase felizes para sempre, sei lá... Quem pode dizer?
Mas uma coisa é certa, no fim, seriam notadas suas páginas em branco, esperando ansiosas para serem escritas e contadas para os netos em uma fria noite de inverno aquecidos pela lareira.
Um livro raro, hoje sem valor algum, encontra-se em meio à poeira em uma estante de madeira, esquecido entre um violão sem cordas e um livro sem titulo.