Como um livro

Um livro muito raro, que poucas foram as mulheres que se dispuseram a ler.

Uma página por ano, tão difícil sua compreensão a nenhuma mulher sequer conseguiu ultrapassar a barreira da quinta página.

Talvez sua capa dura tenha sido o motivo real, pelo qual não puderam ler as entrelinhas e ir a fundo em seus labirintos de desejos oprimidos entre seus monstros ilusórios estampados em seus capítulos numerados sem nenhuma ordem.

Seu inicio é o pior, maçante e complexo, mas quem poderia dizer oque há em suas páginas não lidas?

Se a ausência do medo fosse maior e as emoções controladas a fim de seguir em frente, talvez as páginas seguintes mostrassem algo melhor, como luzes brilhantes, a estrada dos tijolos amarelos, ou a frase felizes para sempre, sei lá... Quem pode dizer?

Mas uma coisa é certa, no fim, seriam notadas suas páginas em branco, esperando ansiosas para serem escritas e contadas para os netos em uma fria noite de inverno aquecidos pela lareira.

Um livro raro, hoje sem valor algum, encontra-se em meio à poeira em uma estante de madeira, esquecido entre um violão sem cordas e um livro sem titulo.

Eduardo Perez
Enviado por Eduardo Perez em 03/09/2012
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