velha infância
Lembro de como éramos unidas... crianças eternizadas pela pureza e aventuras que se passavam em nossas cabeças, frutos de imaginação derivada de nossos encontros literários...
Lembro como passávamos horas e horas no telefone, mesmo que fosse pra brigar sobre coisas banais, ridículas, fofocar sobre o que tinha sonhado e sobre o que achava da vida...
Lembro mais ainda dos nossos ciúmes, eu queria ser você e você queria estar no meu lugar; éramos irmãs, amigas, confidentes da mais alta trupe.
Lembro dos nossos acessos de raiva, mesmo pela internet... e foi assim que acabou, pela internet...
Sabe amiga, eu nunca te esqueci.
Você sempre foi a melhor amiga que tive, que me conhece desde pequena.
Amigos nunca se vão, nunca se separam, e sinto exatamente isso: mesmo com a distância, não nos separamos.
Temos muito o que conversar, colocar em dia; resolver nossos atritos, dividir nossas histórias como antes...
AH!, que bom se fosse assim, se nossas cabeças tão endurecidas como sempre não fossem barreiras ridículas de egocentrismo e ignorância.
A nossa velha infância vive em mim, todos os dias, todos os segundos...
E a sua?