A PORTADORA DA VIDA E DO AMOR.
Imaruí, SC, 24/07/06
Querida e Amada Chandinha,
Se não fossem as nossas idades, tu serias a mulher certa, linda e amada, para me dares uma sipituzinha ou um sipituzinho.
Mas como tu já tens duas sipituzinhas e uma sipituzinha-toco, assim, por certo, eu acredito que tu gostarias mesmo era o de me dar um SIPITU.
Mas minha querida, isso agora não importa, pois na verdade, eu já tenho duas sipituas e uma sipituzinha, e que serão minhas filhas e neta não de geração mais de aceitação.
Mas, partindo da premissa de que eu faço com muito carinho e desmesurado amor, a felicidade da mãe delas, por certo, elas também me aceitarão não como o pai genético, mas sim como o pai amoroso que ganhou duas filhas maravilhosas e uma neta que já aprendi a amar.
Mesmo contrariando todo o contexto de idade, de distância e de diferença de idade, na verdade eu me sinto uma criança, sendo carregada pelo teu bico de cegonha adorável, todavia e é lógico que eu gostaria que fosse carregado num colo, porque do bico tu podes me deixar cair das alturas.
Esta cartinha é cegonhamente sem graça, mas o que eu pretendo criar é uma metáfora, para que tenhas de entender com a conotação e não com a denotação, pois esse fato físico, a gestação, tu já não podes mais satisfazer esse sonho.
A conotação da metáfora é a seguinte: Para satisfazer a nossa curiosidade e a fantasia infantil, nos diziam que a cegonha trazia um bebê no bico, e que era o princípio da vida e a conseqüência e o prolongamento de um amor comungado.
Mas, no nosso caso não haverá bebês pelas razões acima já expostas, mas sim tão somente a cegonha do amor.
Pois ele também nasceu nesses nove meses de gestação, cheio de muito carinho, doces ternuras e indizíveis desejos e, como conseqüência, esse grande amor fez com que nos apaixonássemos um pelo outro.
Estou certo minha querida?
Mas para falar a verdade, ouve sim um renascimento, ou melhor, uma verdadeira ressurreição.
Pois a ti devo a ressurreição do amor em mim, e tu soubeste com o teu carinho, a tua simpatia e a tua meiguice me conquistar e invadir por inteiro.
Oh mulher como tu me invades!
Como é doce essa invasão cheia de promessas!
Por isso, nada mais se oporá às nossas vidas, porque o nosso destino será estarmos juntos, para darmos correspondência e sossego aos nossos anseios anímicos e naturalmente metafísicos.
Na verdade, foram os anseios que tanto nos ajudaram nesta senda, para que nos encontrássemos e nos quiséssemos num só benquerer.
Éramos almas desesperadas, a procura de um acoplamento e de uma doce benquerença.
Devagarzinho com muito amor e paciência sem nos violentar, temperamos e nos descobrimos ser àquelas trânsfugas almas gêmeas do passado.
Sim, sãos as nossas próprias almas que foram almas algemadas numa vida passada, e que agora se reencontram para dar continuidade a esse grande amor que atravessou séculos.
E assim, estamos nos prometendo, estamos comungando o nosso amor, estamos também projetando um futuro para nós, para que possamos nos deleitar com todas as benesses desse lindo e atual amor.
Por isso, Minha Senhora Muito Amada, já não podemos sequer passar um dia sem nos ver, imagine agora se a vida nos afastar por qualquer motivo, por certo, morreríamos de tédio num ermo sem fim.
Minha Linda Chandinha, eu quero ser feliz contigo e também quero te fazer a mulher mais feliz deste mundo, porque se assim não for, a vida não vale a pena ser vivida.
A vida sem amor não é vida, pode ser até uma manifestação de vida, mas será vegetativa, ineficiente, amorfa e inexpressiva para não dizer animalesca.
Não vou dar continuidade a esta cartinha, porque tu já sabes tudo o que eu vou te dizer.
Mas antes de encerrá-la, eu quero te dizer uma coisa que somente a ti eu gosto de dizer com muito amor, assim como fazia dantes.
É o seguinte meu amor: “Se houvesse divindade em minhas mãos, eu te transformaria na mais linda Flor-de-lis, para que tu desabrochasses todos os dias para mim, ocasião em que, eu depositaria os meus beijos matinais no frescor do orvalho depositado em tuas lindas pétalas”. (teus lábios rubros de amor).
Um poeta que te ama à-toa, mas que não é mais à-toa porque tu o transformaste.