Camarada

Camarada,

Não posso deixar de sorrir ao chamá-lo assim, pois vejo claremente na lembrança seu rosto zangado quando eu o fazia. Na verdade nunca entendi muito bem o porquê da aversão a essa palavra, mas nunca me disse, lembra?

É incrivel como só consigo sentir coisas boas ao trazê-lo à mente e tudo foi perfeito. Ás vezes me vejo perdida, porque não me ensinou como me manter nesse mundo sem você.

A vida é complicada e as pessoas ao redor muitas vezes são odiosas, não entendem, não escutam, será que elas sentem algo?

Nunca pensei em dizer adeus, não a você e não tão depressa. De qualquer forma não nos despedimos realmente, foi apenas um breve aceno com a mão.

Mas a realidade é cruel, ela corroe feito um ácido sobre a pele e a cada amanhecer me faz mais fraca.

Nem sei bem porque não lhe escrevi antes, talvez porque agora quero me prender a ideia de que pode me ouvir em algum lugar, de alguma forma.

Lhe contar o que sinto me faz relembrar os velhos tempos e o trás para perto de mim outra vez...

Abç,

Rosa.

Queila Dias
Enviado por Queila Dias em 01/06/2012
Código do texto: T3699676
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