Perdoe-me, meu amor!
Minha querida,
Talvez essa carta não lhe faça a menor diferença. Talvez eu esteja sendo apenas mais uma idiota por estar escrevendo isso e deixando os meus olhos se encherem de lágrimas ao mesmo tempo. Mas sinto uma dor imensamente grande toda vez que você põe em prova o meu sentimento. Pegaram-me chorando, e eu fiquei com vontade de contar toda a verdade, mas eu travei. Eu sempre travo. Travo porque sou fraca. Travo porque sou frouxa e tenho medo das consequências. Tenho medo do que possa vir a acontecer com a gente. Errei muitas vezes, mas quem nunca errou que atire a primeira pedra. Errei, mas errei tentando acertar. Errei tentando fazer com que o nosso amor não se acabasse por motivos tão banais. Errei tentando poupar você de coisas que, eu sei, só nos prejudicariam. Errei porque quis que você ficasse comigo, porque quis que você me esperasse para eu ficar só contigo. Porque não quis deixar isso se perder e virar mais uma das amontoadas poeiras varridas pra debaixo do tapete. E eu juro... Eu juro, pelo amor que eu sinto por você, que é maior que o meu amor próprio, juro que todas às vezes em que errei foi tentando fazer a coisa certa. Só que eu sou fraca, e fracos nunca conseguem fazer a coisa certa.