Dor
Quisera eu hoje escrever,
escrever exatamente o que sinto
com todas as palavras
que desabafassem a minha dor.
Oh, não... eu não consigo.
Para isso teria que falar
muitas palavras obscenas...
Não valeria a pena!
Quem me leria?
Que ouvido me escutaria?
Que importância teria
o meu desabafo?
Quem se importaria
com a minha dor?
Esta dor
que não criei sozinha,
(mas só eu a sinto)...
É só minha!
Não adormece,
não sossega,
não me esquece.
Não, não há revolta,
somente há a impotência,
o pranto a esvaziar
a alma.
O coração, em suspenso,
surpreso a perguntar:
Por quê?