Uma carta de amor com jeito de prosa





Não volto à página do mais emocionante momento que já vivi, mesmo porque o simples fato de estar aqui com você já é emocionante e vai ser sempre de agora em diante, depende de nós. Gostaria de viver momentos infantis, nós dois; de comprar uma bermuda e camiseta para você vestir, um tênis jovem para calçar e sairmos sorrindo com uma casquinha de sorvete e o rosto lambuzado de amarelo de cajá. Eu, com um vestido longo cheio de flor, bem fresco e leve, chapéu e pés descalços. (andar sem calçados na grama faz em bem danado de bom, penso que cura qualquer tristeza , completa qualquer solidão.)

Tantos já sonharam e viveram seus sonhos mesmo sentados à beira do mar, imaginaram-se em um grande navio cruzando oceanos...
Os que estavam no navio que mal acabou de sair do porto, na Itália e naufragou, também sonharam. Alguns partiram, já não estão aqui, enquanto na beira do mar, com os pés acariciados por espumas outros desejam e realizam de um jeito mais vibrante os seus devaneios. Loucos? talvez; infantis ? pode ser; ridículos? que sejam!.

Ninguem é velho. Velho é cobertor rasgado, mas ainda serve para um "ninguém". Quem já viu Eduargo Galeno sabe do que se trata.
Muitos homens e mulheres com quase noventa ou mais, continuam ventando, florindo, chovendo e estiando; mudando de estação.
Um anjo pode mudar a realidade.  Mas, enquanto isto, vamos jogar fora grande parte do EGO e massagear sonhos, soprar bolas de sabão. adivinhar bichinhos nas nuvens e passear de trenó puxado por renas.

Não sou a pessoa ideal para certas coisas.
Por exemplo:  como o que gosto, faço o que quero, nunca fiz uma mamografia e há doze anos não faço preventivo. Não procuro nódulos no seio, não acredito no câncer nem que o homem pisou no solo da Lua. E tenho adeptos, sim! podem acreditar.
Mas quando é para viver feliz e sorrir, corro atrás, embora seja difícil achar companhia com pele para tocar e braço para abraçar.
Então, viva a utopia!
Quando chegar a hora posso ir pelada mesmo, coberta com um lençol de cetim.


"De nuestros miedos
nacen nuestros corajes
y en nuestras dudas
viven nuestras certezas.
Los sueños anuncian
otra realidad posible
y los delirios otra razón.
En los extravios
nos esperan hallazgos,
porque es preciso perderse
para volver a encontrarse".



(Eduardo Galeno)

ih... acho até que vou por essa prosa no nabocadanoite ... rsrsrsrsr

boa noite, amor!






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