SENHOR MÁRIO QUINTANA.
Imaruí, SC 18 de outubro de 1989.
Prezado Senhor Poeta:
Desnecessário é a chatice da apresentação, pois eu já te conheço da “Rua dos Cataventos”.
Há muito ando bisbilhotando o teu “Baú de Espantos”, e somente hoje decidi finalmente te contar.
Existe em mim essa necessidade que era subjetiva, mas hoje a faço real, fazendo contato com um Poeta de verdade.
É como se eu quisesse ser batizado pelo Mestre da Poesia.
Sei também que é uma vaidade minha, entretanto esse desejo imoderado não faz mal, sabendo de antemão que, o objetivo dessa vaidade não é vaidoso.
Os teus “Quintanares” têm sido os meus alimentos poéticos que, fazem vibrar em mim, a verdadeira poesia do existir.
Não sou um poeta, não me pareço como um poeta, mas as pessoinhas teimam em me chamar de poeta.
Sou um bólido confuso e romântico sem forma definitiva, orbitando sem jeito a poesia.
Às vezes, atritando a constelação das tuas poesias, Senhor Poeta Alfa.
Olha que eu caprichei para escrever esta cartinha, fazer poesia eu acho que até é possível, mas escrever para um Poeta cheira-me a um certo atrevimento.
Escusas pela minha ousadia, mas te admiro muito.
Um abraço poético.