Carta para um Poeta
Grande Poeta Toninho
Que viagem maravilhosa fizera pelo cosmo. Quisera eu estar a observar, mesmo que eqüidistante, um diálogo com tanto garbo, nem que seja num lugar inóspito como o Jardim dos Mortos...
Queria estar diante de Blaise Pascal, para agradecer-lhe pela criação da calculadora e pedir-lhe explicações mais amiúde da sua Teoria das Probabilidades, pois vivemos, hoje, no mundo onde a verossimilhança nem sempre é aceita... Por isso, lhe assiste razão, pois, em afirmar que “o silencio mais vale que a fala”...
Com Diógenes de Sínope, certamente, eu procuraria ficar mais eqüidistante ainda, para que eu NÃO lhe fizesse sombra, impedindo-lhe de ver o Sol, tal qual fez Alexandre. Mas, certamente, eu lhe dizia: de todas as suas anedotas, fazer da pobreza extrema uma virtude e NÃO ser nem ateniense nem grego, mas sim um cidadão do mundo, me faz seu fã incondicional... Todo cidadão deve considerar-se cidadão do cosmo...
A Pitágora, que me adjutoriou no curso de Direito, ah! Como eu gostaria de ter estudado na sua Escola de pensamento, pra sentar na primeira fila e, perguntar-lhe: Mestre o que é Justiça?..
Por fim, conhecer Platão era o ápice; a sua sofisticação como escritor é sem prescedente, é singular, é impar em todos os seus diálogos, sobretudo quando discorre sobre a realidade do homem, com a Teoria das Ideias, afirmando que a inteligencia e a sencibilidade são inerente a natureza humana...
Por final, por mais que me deliciasse com os sábios filósofos de outros séculos, alinho-me com a experiência do ancião. Ele tem maior capacidade de albergar a alma de um poeta...
Mais uma vez, obrigado, Poeta
Leonam Obol