O que nao coube no cartao de Natal

Salvador, dezembro de 2006

Yerko,

Eu sei que você não acredita em Deus, pelo menos não dessa forma que se convencionou acreditar. Na verdade nem eu acredito em Deus assim com letra maiúscula, eu tenho meus delírios existencialistas que na falta de respostas ou sentidos até cogita o “talvez exista uma força maior que reja o universo e tomara que ela ultrapasse a abstração das leis matemáticas e o racionalismo da física”. Mas eu acredito na bondade, e, tendo existido ou não, Jesus foi bom e para algumas pessoas ele foi a maior inspiração para a bondade; está bem que uns espertos o usam como justificativa para suas disputas, como ilusão para os pobres ou como um negocio lucrativo, mas também tem aqueles que dizem ter largado o alcoolismo ou as drogas por terem encontrado a “palavra de Deus”.

Então, que problema há em comemorar o Natal? Nenhum. É uma data meramente comercial? Bem, eu não estou gastando muito para escrever isto e nem o estou fazendo por obrigação natalina, mas por gostar mais de você mais do que eu podia imaginar ser capaz, por imaginar que minhas palavras, se boas, serão capazes de te fazer sorrir e eu adoraria te ver sorrir, eu adoro te ver sorrir. Eu não sou muito boa nisso de te fazer sorrir, mas estou tentando melhorar. Você tinha razão, não sou perfeita...

Bem, voltando a finalidade da carta: Eu quero que você tenha um bom Natal, eu também quero que você lembre de mim durante o Natal , isso me faria sorrir ou, quem sabe..., me fará sorrir. Alem do Natal existem outros aniversários de pessoas boas que deviam ser comemorados, como Gandhi, Tche Guevara, a Madre Teresa, o Sartre e a Simone, Martin Luter King, Nelson Mandela, gente tão boa para a humanidade como você é para mim. Exagero? Talvez. Isto te assusta? Não era a intenção.

Bons dias!

Bom Natal!