Carta para minha mãe
Realmente, mãe, você tem razão. Eu pareço mesmo ser uma filha ruim.
Eu estudo pela manhã, dificilmente falto aula e tiro sempre boas notas. E você grita comigo porque boas notas não são o suficiente. Durante a tarde eu trabalho para evitar que você tenha gastos desnecessários comigo, e sempre chego em casa durante à noite cansada. Mas não posso ver você, porque você começa a brigar comigo, dizer que sou uma menina zero à esquerda e que não te ajudo a fazer nada em casa, e nem ao menos lavar a louça, sendo que sempre depois que janto eu limpo a casa. Faço o possível para ser uma menina obediente, dificilmente saio à noite e sempre que saio volto antes da meia noite, e ainda assim você diz que eu só sirvo para sair e ficar no computador, sendo que a única hora do dia que posso usar o computador para fazer minhas tarefas do colégio é um pouco antes de dormir.
Os fins de semana que são os únicos dias que tenho um tempo para mim, para fazer as coisas que gosto, como escrever, ler e ver meu namorado, você diz para mim que não quer mais a minha presença, que não sirvo para nada e que sou um estorvo em sua vida.
Sou uma filha ruim mesmo, e nunca ousei dizer uma palavra de ofensa á ti.
Mãe... Ontem você me mandou embora, disse para mim arrumar um lugar onde as pessoas me aturem.
Eu sei que depois que você se separou de meu pai as coisas mudaram e você encontrou o marido-perfeito, e com ele teve suas duas lindas crianças, sei que eu deveria melhorar e passar a ser uma filha melhor. Mãe, te prometo que vou mudar. Gostaria muito de ir embora assim como você mandou, mas então me diga para onde ir. Pode até me colocar em um orfanato se quiser, porque logo farei dezoito anos. Mas eu prometo, que vou parar de encomodar você.