O JULGAMENTO DA LOUCURA

Fatos integralmente reais baseado no processo e nos depoimentos do próprio réu e da vítima.

Hoje, assisti um julgamento célebre. Um caso lamentável de tentativa de homicídio. Um homem, apaixonado, descontrolado emocionalmente, rejeitado. Que encontra uma mulher aproveitadora, que lhe pedia dinheiro, pedia presentes, dando-lhe a esperança de que um dia ficaria com ele. Ele, tímido, quieto, altista, criou em sua cabeça a ilusão de um dia se casaria com ela.

Ela, já separada do 1º casamento, com um filho, aproveitando-se dele e de sua bondade o tempo todo. Ela ligava pra ele às 03;00 da manhã para que ele a buscasse de moto, 40 km longe de casa pra ela trabalhar, depois ia levá-la embora. Todos os dias.

Um belo dia, ela rompe os laços que só existiam na cabeça, dele e diz que vai voltar com seu antigo marido.

Ele, transtornado, amolou um enorme facão que tinha em casa, e pediu que um amigo o levasse até a cidade onde ela morava. Esse amigo se recusou, ele até que achou alguém que o levasse até lá. Por volta da 00:00 hs, ele chegou a casa dela, tudo apagado, todos dormindo, ele desligou o relógio da luz, desligou o registro da água, deu a volta por trás da casa dela, sorrateiramente abriu a porta dos fundos, entrou na casa toda escura, iluminando com o celular, e foi até a porta do quarto dela, onde a mesma dormia.

Ele deu as duas primeiras facãozadas na cabeça, pra matar, uma acertou no maxilar destruindo todo o lado do rosto que hoje é pura platina e pinos, a segunda atingido e lesionando a na região da jugular ( veia do pescoço).

Ele ainda continuou golpeando ela, e ela tentando se defender com os braço, levano mais várias facãozadas dele, tendo fraturas expostas e rompimentos de tendões, nervos e etc, em ambos os braços. Ele golpeou inúmeras vezes, fechou a porta, jogou álcool na casa e ateou fogo na residência. A mulher com os braços com os tendões rompidos e fraturas expostas ainda viva tentou abrir a porta mais não conseguiu devido ao sangue nas mãos e o trinco ser redondo. Ela gritou por sua mãe que acordou, tentou ligar a luz e não tinha luz, abriu a porta viu o fogo e a filha toda ensangüentada.

O pai da vítima também acordou e buscou o extintor do carro para apagar as chamas. A mãe buscou água para jogar nos ferimentos da filha que ainda estava viva. Mais o assassino havia desligado a água. Nisso, os vizinhos chamaram a polícia e um farmacêutico da cidade, tendo o farmacêutico dito que a moça morreria sem dúvida por que estava perdendo muito sangue.

O filho da vítima que dormia ao seu lado, uma criança de 3 anos, se levantou com os gritos já escorregando e caindo na poça de sangue de sua mãe. O policial chegando, enfiou os dois dedos da Mao direita na jugular da vítima tentando estancar o sangramento ou pelo menos contê-lo um pouco a fim de salvar a vida da vítima. E salvou.

Logos chegaram os bombeiros, que a levaram ao hospital, sendo que no caminho para este, todos conversavam com ela pedindo que não dormisse, que não se rendesse, que ficasse de olhos abertos e falasse o que quisesse. E deu certo. Ela sobreviveu.

No decorrer do processo, a defesa tenta uma manobra evasiva para salvar o réu pedindo um laudo de insanidade mental, que deu negativo, tendo os peritos dito que o réu era perfeitamente normal à época dos fatos e tinha plena capacidade de compreemder o caráter ilícito dos seus atos. ELE NÃO É LOUCO.

Ainda com seqüelas nas mãos e braços, mas viva. Com platina e pinos por todo o rosto, cortes por todo o corpo, mesmo após plásticas. Ela sobreviveu. Hoje está com o marido, o filho e vive tentando esquecer que sua mão não funciona por conta dos fatos narrados acima. Seu filho, aquele que caiu na poça de sangue, hoje está com 7 anos, não tem amigos, tem medo de tudo, não dorme sozinho, seus desenhos na escola são coloridos apenas com cores escuras, com preto e roxo, e ele por vezes acorda tendo pesadelos.

E hoje, o autor desses fatos foi a julgamento perante o tribunal do júri, diante do povo, o dono e detentor de todo o poder.

E o povo respondeu: CADEIA !!!!

Mesmo com todos os esforços do advogado de defesa, brilhante diga-se de passagem, a justiça foi feita. 14 anos de prisão.

Neste momento só peço 2 coisas a Deus: que ele tenha aprendido a lição, e que Deus tenha piedade do mundo.

Tiago da Silva de Oliveira
Enviado por Tiago da Silva de Oliveira em 10/06/2011
Reeditado em 10/06/2011
Código do texto: T3025220