A única coisa que eu preciso.
Final de tarde de inverno, o vento a sucumbir as árvores e a zunir no ouvido, provocando a sensação de uma leve navalha. Saio do meu trabalho, ainda pensando em você. Procuro um meio de tirar você de mim, mas cada dia ficas mais presente. Tento encontrar algo para fugir das tuas canções, mas elas sempre me encontram. Caminho pela rua serena, tão opaca e sem vida. O sol já vai se pondo, não exalando mais o seu calor, que é tão forte nos dias de verão. Sinto vontade de sumir, vontade de te encontrar. Era a única coisa que eu precisava. Ter você por um momento preso em meu abraço. Sentir tua pele, teu calor, ouvir a tua voz, olhar dentro dos teus olhos. Mas eu simplesmente não posso. A única coisa que eu mais quero eu não posso ter. Será que um dia eu vou poder? Imagino como seria... Tão emocionante tocar-te. As tardes de inverno frias são longas, assim como os anos que passei a te amar, sem contar ainda os próximos longos anos que ainda vou desejar teu abraço. Quem sabe não seja logo? Mas como poderei prever? Fico a esperar. Volto para casa, onde encontro tuas fotos no meu quarto. Inevitável não pensar em ti. Você está em tudo o que eu faço, em todo o lugar que eu olho, você está em cada sonho. Realizado e não realizado. Você está em cada palavra de amor dita, cada frase pensada e não escrita. Você está em cada gesto de ternura, em cada lágrima, em cada canção. Você está no meu coração, um lugar que eu jamais poderei te tirar. Você está em cada poema, em cada carta que jamais te entregarei.