À Amada Distante
Olhos-de-mel, como estás?
Minha vida seguiu um rumo um tanto inesperado, como já sabes. Num belo dia estava aí, ao teu lado, cantando músicas e divagando sobre as estrelas, o frio, os bolos que sua mãe fazia e minha miserável existência. Noutro, estava destruindo todo o bem que me fizeste. Sem escolha, me abandonaste e, desde então, nada foi igual.
Receoso do sofrimento em potencial que ainda poderia causar, não mais me permiti amar. Posso lhe dizer, para fins meramente acadêmicos, que o mundo perde a maior parte das suas cores, se reduzindo a azul e tons de cinza. Que as pessoas não parecem mais sorrir de verdade. Que a antes sinfonia do mundo, com seus crescendos e andantes virtuosos, agora se resumi a dois meros acordes: lá menor e dó. O primeiro lembrando a decepção, a tristeza deste estado, enquanto o segundo representa um sopro de vida e, de certa forma, um brilho de esperança, que logo se perde quando o compasso termina seu ciclo, voltando novamente para o vazio interminável daquele primeiro acorde.
Ouvi que sua vida está realmente agradável, se divertindo com seus convivas, terminando a tão paradoxal vida escolar e refinando suas habilidades naquele disquinho do fliperama. Quem sabe um dia me ganhes (como se eu não fosse lhe dar a vitória para vê-la sorrir).
As estrelas ainda aparecem, mesmo neste céu tão poluído. Nunca perco a Cruzeiro do Sul que me mostrou. Apenas sinto muito por não conseguir seguir teu conselho de viver feliz.
Noch immer höre ich deine Stimme zu mir sprechen
Noch immer spüre ich deine Lippen auf meiner Haut
Noch immer brennt in mir dein Licht
Noch immer liebe ich dich
Bitte komm zurück
Bitte...
Te amarei, mesmo que distante.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui.
A outra metade... eu perdi.