O meu vazio
Às vezes me pergunto, por que amar? O que o amor me acrescenta na vida? E na maioria das vezes a resposta é simplesmente NADA! Um vazio... Um vazio que nunca se preenche, palavras que nunca são ditas, sentimentos que nunca são sussurrados nem mesmo ao vento. Vida de mentiras. Vivendo mentiras, sendo alimentada por enganações de mim mesma nessa vida vazia.
É como ter um buraco negro, sem fim, no meio do peito que vai me engolindo de mansinho. Desgastando-me pouco a pouco todos os dias, é um câncer que vai me corroendo a alma silenciosamente. É a solidão que fica à espreita e ao menor descuido ataca sabendo que não haverá defesa contra ela e que ainda encontrará a tristeza como sua grande cúmplice. Eternas aliadas.
O buraco fez crescer o câncer que me consome. Fez surgir a tristeza, a solidão, as lágrimas, o desespero e o abandono, pois meu amor foi engolido pela escuridão. É como se os dias não tivessem cor ou cheiro e os alimentos ficaram sem gosto, até que parei de me alimentar de vida.
A angústia me mantém acordada pensando se algum dia tudo isso terá fim e às vezes acredito que tudo terminará quando eu morrer. Pois se for verdade, que me levem agora, que eu deixe de respirar e que meu coração pare de bater essa noite. Que tudo silencie. Que as vozes se calem e em meu último suspiro chamarei teu nome, pois fostes tu o criador de meu câncer envenenado.
Fostes me dando desprezo em doses homeopáticas com sabor amargo de esquecimento.
Primeiro me tirou o sossego e depois minha vida, despedaçou e esmigalhou meus sentimentos e me fez cair em transe.
Talvez tudo tenha um fim e talvez esse seja o meu, talvez esse seja o nosso adeus.